CPI sobre Crimes Cibernéticos pode virar CPI política na Câmara

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Três novas Comissões Parlamentares de Inquérito foram anunciadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e entre elas, está a CPI de Crimes Cibernéticos, mas você sabe do que se trata essa investigação?

A princípio, a CPI pretende investigar:

– a operação IB2K que a Polícia Federal realizou em 2014, com o objetivo de desarticular uma quadrilha suspeita de desviar pela internet mais de R$ 2 milhões de correntistas de vários bancos. A quadrilha usava parte do dinheiro desviado para comprar armas e drogas;

– e o último relatório da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, que mostra um crescimento de 192,93% entre 2013 e 2014 nas denúncias envolvendo páginas na internet suspeitas de tráfico de pessoas.

Mas, além do intuito de investigar quadrilhas suspeitas de desviar dinheiro de bancos, a CPI também visa abordar crimes e violações dos direitos humanos na internet, além de casos de vazamentos de fotos íntimas e crimes de pornografia infantil.

A questão é que agora, com as divergências políticas entre executivo e legislativo em Brasília, alguns sites já contam que a CPI de Crimes Cibernéticos iria investigar o sigilo bancário de Jeferson Monteiro, que é o autor do perfil de humor no Dilma Bolada, no facebook, que tem 1 milhão e 600 mil seguidores.

Inicialmente, o foco desta comissão não é investigar repasses de dinheiro da última eleição, mas, com a suspeita de que o autor de Dilma Bolada teria recebido R$ 500.000 para manter os perfis de humor a favor da presidente, os integrantes resolveram acender o estopim e investigar a suposta guerrilha petista na internet.

O próprio presidente da Câmara, Deputado Eduardo Cunha afirma que o objetivo da CPI é “outro”, mas… não duvido que a CPI vá além do que foi aprovada e passe a investigar eventual repasse ilegal durante as eleições e ao investigar o sigilo bancário de Monteiro, transforme a comissão nomeada pelo PT em problema para o próprio partido.

A questão é que um assunto tão importante (não desfazendo dos outros é claro) não poderia ser submetido a estas vontades políticas. Os crimes cibernéticos como racismo, xenofobia e tráfico de pessoas bateram recordes de crescimento e só as denúncias relacionadas a conteúdos ilícitos na internet aumentaram 8,29% em 2014.

Segundo um ONG denominada SAFERNET, foram recebidas 189.211 reclamações, envolvendo páginas na web e em comparação ao ano anterior, houve crescimento de 192,93% nas denúncias envolvendo páginas suspeitas de crime, inclusive ligadas ao recrutamento e aliciamento de adolescentes para prostituição infantil.

E a realidade, por mais que pareça distante, está mais próxima de nós do que imaginamos. Na última semana, no mês de julho, a Polícia Federal prendeu membros de uma quadrilha em Minas Gerais, que teria feito várias vítimas no interior do estado, em Paracatu inclusive. Um dos presos, já havia sido foi preso no ano passado, acusado de clonagem de cartões, estava respondendo ao processo em liberdade e mesmo assim continuou no crime.

Por meio da internet, eles teriam acesso à troca de informações e negociações de programas de computadores usados nas fraudes. Além disso, era prática comum também, a compra e venda de dados roubados, como listas com nomes e senhas de clientes bancários.

Era uma espécie de rede social do crime, abrigada em um site fora do Brasil. Só participa do fórum de debates e trocas de informações quem é aceito pelo grupo.

É a criminalidade só crescendo no mundo virtual, e enquanto isso, lá em Brasília…

 

XMCred Soluções Financeiras
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