Formandos do Curso de Medicina da Faculdade Atenas entram na justiça para recuperar prejuízo

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Depois que um grupo de formandos em medicina de Paracatu, viveu um pesadelo ao descobrir que a empresa responsável pelo evento tinha dado um calote na festa e não havia repassado o dinheiro a todos os fornecedores, eles decidiram levar o caso para a Justiça. Segundo os alunos, o prejuízo foi de aproximadamente R$ 560 mil. Sem saída, a escolha dos pais e alunos foi se juntar e fazer um rateio para realizar a festa. Dos 105 formandos, cerca de 72 pagaram uma média de R$ 6.700 para completar o que faltava e ter o evento.

Dois meses após o baile, que custou cerca de R$ 1,6 milhões, a turma entrou com uma ação judicial contra a empresa Ana Lúcia Eventos, de Brasília, para ressarci o dinheiro. Ao G1 ela disse que não sabe do processo judicial e que o problema decorreu devido a uma fatalidade.

Priscila Leite, uma das formadas que tomou frente da situação, contou que a festa aconteceu, porém não foi como o planejado. Segundo ela, parte do que estava contratado com a empresa foi cumprido de forma precária e o restante foi bancado pelos alunos, que mesmo já tendo pago todo o evento, desembolsou mais dinheiro para realizar a festa.

A advogada que está cuidando do caso, Márcia Pereira Cabral de Souza, informou que as comemorações foram apenas 20% do que tinha sido contratado. Agora, o objetivo é ressarcir pelo menos o que foi desembolsado pelos formandos. “A coisa que é mais relevante é reembolsar o que tivemos que gastar de última hora, independente do que foi fornecido ou não”, explicou a médica.

Priscila disse que conseguiu, junto com a turma, que a proprietária da empresa assinasse uma nota promissória no valor do prejuízo. Porém, ela contou ao G1 que a empresária omitiu coisas que não estavam pagas, como por exemplo, uma das bandas. "Tem muita coisa irregular nessa história. Depois de uma reunião com a responsável, ela disse o que faltava pagar e nós descobrimos que muita coisa ainda não tinha sido paga. Além disso, teve a tenda que pagamos inicialmente R$ 400 mil para o aluguel e tivemos condições de colocar apenas uma de R$ 250 mil. Ela ficou com todo esse dinheiro”, comentou.

Priscila citou também a situação das bebidas, na qual segundo ela o combinado eram whiskies e vodcas com uma qualidade melhor do que foi oferecido. “Pagamos R$ 15 mil em bombons e acabaram na entrada. Pagamos por chinelos e não tivemos. A festa ficou bonita, mas não foi o que a gente tinha pago. Depois, ficamos sabendo que a empresa teve um prejuízo em uma festa em Brasília e tinha falido um mês antes do evento. A responsável não teve hombridade, porque teve gente que chegou a pagar a formatura 30 dias antes da festa”, disse.

Em relação à Comissão de Formatura, Priscila disse que muitos membros ajudaram. “A comissão me liga o tempo todo e eu não acredito que eles pegaram o dinheiro. A festa da nossa comissão também acabou, eles não tiveram comemoração. Teve quem continuou na briga, mesmo com a humilhação dos pais, e teve quem preferiu não se envolver mais. No final, eles foram obrigados a pagar tudo que tinha de bônus, inclusive os convites. Acredito que tenha faltado fiscalização por parte deles”, disse.

Foram repassados cerca R$ 1,6 milhões para a empresa e Priscila acha que teve superfaturamento. “Nós pagamos praticamente três vezes a mesma coisa e não tinha o que a gente pagou. Pagamos por uma ‘superadega’. Era muito dinheiro pra uma coisa só e a única coisa de super que nessa festa foi o super faturamento”, disse.

A advogada responsável pelo caso, mãe de uma formada, Márcia Pereira Cabral de Souza, disse que a turma entrou com uma ação de ressarcimento de valores. “Na época a responsável pela festa assinou uma nota promissória. Nós demos um prazo pra ela pagar, até o dia 10 de janeiro. Ela não pagou e nem se manifestou. Propusemos uma ação de execução judicial para ressarcir os R$ 560 mil”, explicou.

De acordo com ela, os alunos devem pleitear também uma ação por danos morais e materiais. “A festa contratada foi cerca de 20% de que eles esperavam. Cada aluno pagou cerca de R$ 30 mil. Ela brincou com o sonho de todo mundo. A ação já está judicialmente ajuizada e o próximo passo será citá-la para que ela pague ou responda o processo”, comentou.

Empresa justifica festa

A reportagem entrou em contato com a responsável pela empresa Ana Lúcia Eventos que informou que não sabia do processo judicial. De acordo com a proprietária, ela chegou a colocar a casa a venda para realizar o evento. “Quando foi novembro, tentei vender minha casa e não consegui eu fiquei com receio de não consegui entregar. Mas até o último momento eu tentei. Tenho 21 anos de mercado e nunca tive problema algum. Isso aconteceu em decorrência de uma fatalidade e eu fiquei assustada”, afirmou.

A empresária chegou a ir até Paracatu na semana das comemorações para ajudar a turma. “Preferi ir a Paracatu e dar a cara a tapa, explicar e tentar fazer o evento acontecer. Eu tentei ir fazer o melhor que eu podia e o que sei fazer. Eu fui e entreguei a festa. Aconteceram os eventos e em cima do que eu prometi, estou cumprindo. Eu tenho que vender minha casa pra poder ressarcir e é isso que estou fazendo”, comentou.

A responsável preferiu não comentar sobre as fatalidades citadas por ela acima. “Aconteceram várias coisas ao longo de 2013 e 2014 que chegou a isso”, disso.

Rateio

Durante a reunião para fazer o rateio da festa, alguns alunos decidiram não pagar, outros desistiram de participar das comemorações. “Não foram todas as pessoas que aceitaram participar dessa ‘vaquinha’. Quem continuou a participar do evento contribuiu com R$ 6.700. Teve formando que preferiu não contribuir e participou como todos. A minha relação com todos os pais que não aceitaram pagar foi amistosa. A gente entregou os recibos pra cada formando que fez a contribuição para que no final a gente pudesse devolver. O processo também teve um custo”, explicou a médica.

Professores e membros da faculdade se mobilizaram e ajudaram. Os formandos utilizaram o estacionamento para arrecadar dinheiro. “Nós agradecemos a contribuição dos professores e da faculdade. Com o estacionamento nós arrecadamos dinheiro e graças a Deus, nenhum carro foi roubado. Também fizemos uma caixinha para ajudar”, contou.

Saiba mais: http://paracatu.net/view/5694-festa-de-formatura-da-medicina-vira-caso-de-policia-em-paracatu 

Fonte: G1

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