Olavo Pôncio Condé Pilatos

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          Contam a história e a bíblia sagrada que Pôncio Pilatos foi o governador romano da província da Judeia, do ano 26 ao ano 36 da era cristã. Ali, o filho de um carpinteiro, de nome Jesus Cristo, vinha despertando o furor dos religiosos e do populacho por ser chamado de Filho de Deus e Rei dos Judeus.   Preso e açoitado, o acusado foi levado para julgamento a Pilatos, que declarou nenhuma culpa vislumbrar no Nazareno.  Como os acusadores insistiam na exigência de condenação, Pilatos mandou colocar lado a lado Jesus Cristo e Barrabás, um facínora da pior espécie, facultando ao povo decidir sobre qual dos dois deveria ser morto e crucificado. Vendo que o povo preferiu  libertar Barrabás e crucificar Jesus, Pôncio Pilatos acatou a decisão popular, mas lavando simbolicamente as suas mãos do sangue do maior injustiçado da história.

          Na semana passada, o prefeito de Paracatu, Olavo Condé, do PSDB, convocou a imprensa para uma entrevista coletiva que não existiu, substituída que foi por uma explícita sessão de beija mão dos vereadores da sua base aliada.   Apesar desse senão, algo restou de louvável: o prefeito e a sua secretária de Ação Social, Ana Amélia Medeiros, anunciaram a conclusão de um transparente processo de seleção das famílias que vão ocupar as mais de 300 unidades residenciais do bairro Residencial JK; e submeteram à população, aos vereadores, à imprensa e aos setores organizados da sociedade a chance de impugnação de beneficiários por ventura indignos ou não necessitados da unidades residenciais, a serem financiadas pela Caixa Econômica Federal.
          Como se sabe, por mais bem intencionadas que sejam as iniciativas governamentais oficiais, sempre existem picaretas que nelas se inserem, adeptos que são da famosa Lei de Gérson: querem “levar vantagem em tudo”.  Diz a sabedoria dos adágios que, “Quando Deus dá a farinha, o diabo vem e fura o saco”. Não é segredo para alguém que, nos programas federais de reforma agrária, por exemplo, aparecem pretendentes e pedaços de terra, adquiridos com  dinheiro público, que nunca plantaram antes, e nem vão plantar depois, um simples pé de tomate sue seja. Nessa malandragem embarcou até Danilo, o bem remunerado jogador de futebol corintiano.   Quem é que não sabe que, nas unidades residenciais destinadas à população de baixa renda, logo se instalam verdadeiros malandros que, depois, vendem os imóveis a terceiros com inválidos contratos de gaveta, ganhando dinheiro à custa do sonho da casa própria de outrem? A precaução, que o prefeito quer ver compartilhada, tem razão de ser.
           Sabedor dessa realidade e consciente de que a Prefeitura não tem condição de detectar e eliminar tais anomalias sozinha, mas que delas fatalmente será acusada depois, o prefeito Olavo Condé convoca todo mundo, inclusive a oposição, para participar do esforço saneador prévio.  Divulgou a lista dos contemplados, que já recebeu contestações, e deu um prazo para que impugnações sejam feitas, por qualquer pessoa ou instituição. Com isso, dá transparência ao processo. Institui um antídoto e justifica antecipadamente possíveis retomadas de unidades residenciais de pessoas que, apesar das irregularidades, vão, debaixo da comoção popular e amparadas por políticos, posar de pobres coitados desalojados pelo “desumano” Município.  Como se fosse meio padre e meio oficial do cartório que celebra um  casamento, o prefeito dá um ultimato, inclusive à oposição: “Fale agora ou cale-se para sempre”.          

Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira

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