A 14ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) condenou nesta quarta-feira um grupo de pessoas que ocupou a fazenda Agroreservas do Brasil Ltda, no noroeste do estado, ao pagamento de R$ 21.244,32 por danos materiais à propriedade. Os reús se dizem ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).
Os representantes da fazenda alegaram que o imóvel foi ocupado por aproximadamente 400 pessoas entre os dias 25 de setembro e 13 de outubro de 2005. Os sem-terra teriam causado prejuízos ao realizarem construções e plantações no local, onde se cultiva feijão, milho e trigo. Os proprietários solicitaram à Justiça a reintegração da posse, concedida liminarmente na época, e indenização por danos materiais.
O Ministério Público e os ocupantes, que recorreram da decisão, disseram que a fazenda não cumpre a função social da propriedade porque causa degradação ao meio ambiente, "já que extrai cascalho e utiliza água pública para fim econômico privado, sem autorização dos respectivos órgãos ambientais".
O juiz de 1ª Instância entendeu que os representantes da fazenda demonstraram o aproveitamento racional e adequado de sua propriedade, e condenou os ocupantes a repararem os danos materiais no valor de R$ 21.244,32. O juiz considerou que as atividades de exploração econômica ficaram paralisadas durante os 19 dias da ocupação, o que acarretou a privação do lucro naqueles dias, e que a fazenda teve despesas com o transporte dos sem-terra "por ocasião da desocupação forçada".
Trabalhadores sem-terra ligados ao MST já haviam confessado ações de vandalismo durante invasão da fazenda Nova Jerusalém. Durante dias, os trabalhadores depredaram quase toda a propriedade, incendiando a lavoura e matando o gado. Máquinas agrícolas também foram queimadas e diversos animais abatidos.
Um integrante do grupo disse que todos depredaram a fazenda, inclusive mulheres e crianças. No entanto, Francisco Alves disse que recebeu uma orientação para, a aprtir de agora, "só atacar quando o fazendeiro estiver dentro".
As terras, em uma área de nove mil hectares que engloba 12 fazendas, já foram desapropriadas pelo Incra, mas o governo de Minas Gerais recorreu à justiça.
Fonte: Portal Terra
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