Os filhos do futuro, uma realidade da vida presente.

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Caros leitores, andei sumido mas apareci, correria da vida. Confesso que  senti saudades. O importante é que aqui estamos para falar de saúde.

Essa semana atendi no consultório um caso extremamente interessante, estimulando-me a falar da família e suas expectativas futuras com os filhos.
Uma mãe procurou o serviço de saúde desejando uma consulta para seu filho adolescente. Talvez por intuição, proceder, idade, personalidade esse adolescente foi agendado para mim. Quando da consulta de um paciente menor de idade essa deve ser acompanhada por um maior responsável, preferencialmente dos pais. Esse estava acompanhado da mãe, nova por sinal. Iniciando a consulta me deparei com uma mãe queixosa, abatida, ferida em seu sentimento e alma. Ela reclamava que seu filho estava insuportável em todos os quesitos da relação com os pais e queria que eu medicasse o jovem a fim dele ficar calmo, amoroso e respeitador. Conversei reservadamente com o jovem, não usuário e nem dependente de drogas lícitas ou ilícitas. Conversamos por meia hora e cheguei ao meu parecer. Conversei a sós com a mãe e dei meu diagnóstico, em um momento final, conversei com os dois e expliquei que ali não existia qualquer possível doença necessitante de medicamento, mas sim de entendimento, compreensão e reflexões.

A adolescência é sem duvida a fase mais tenebrosa para os pais e a mais estimulante para os filhos. Essa fase é naturalmente marcada por profundas mudanças hormonais, psicológicas, sociais e sentimentais, tanto para os pais e principalmente para o adolescente. São dois mundos opostos. Para a juventude a descoberta de prazeres, mistérios, realizações. Pela maturidade a latente visão da experiência, a superproteção, a expectativa pelos erros dos filhos e a dor do combate certeiro. Pais e filhos que iniciarão uma guerra travada sem desejos reais e verdadeiros. Pessoas que desconhecem seu interior misterioso e sua produção hormonal. Mundos diferentes que já foram e serão iguais, mesmo que em momentos diferentes.

Esse complicado período chamado adolescência e imensamente mais sofrido para os pais. Eles convivem com um distanciamento natural por parte dos filhos, vivem o medo de tragédias, sofrem com as possíveis decepções amorosas por seus mimados, assustam-se com as novas escolhas musicais, religiosas, estudantis, enfim, são pais desconhecendo seus filhos e filhos ausentando-se de seus pais.
Nesse momento tão conturbado seria ideal que os pais por serem mais experientes e equilibrados, devessem entender, aceitar e viver esse novo momento, de modo que revivam o seu próprio e tenha uma reflexão de que em sua fase de adolescente promoveram aos pais os mesmos sentimentos e sensações. Ocorre que a imensa maioria dos pais não querem entendem que seus filhos estejam vivendo o que eles também viveram, naturalmente em outra época e realidade diferente.

Não existe remédio que possa modificar o momento vivido pelos adolescentes, de tal forma que o problema deve ser conduzido com maestria pelos pais. Esses devem cercam-se de informações e conhecimentos, a fim de mesmo longe estarem perto de seus pupilos. Nesse momento deve o pai ser amigo, colega, parceiro, mas sem perder a representatividade de pai e mãe. Uma coisa é dividir com os filhos as angústias, dores, sofrimentos, expectativas, sonhos, anseios e o amor. O correto é a persistência do vínculo afetivo entre ambas a partes, para que o elo de ligação seja maior que os conflitos. Abraços, beijos, olhos nos olhos, palavras harmoniosas, intensas, profundas, carinhosas e amorosas são fundamentos que jamais se romperão caso os pais saibam aplicar a seus filhos.

Esse momento o filho torna-se curioso, joga-se de cabeça nas novidades do momento, adentram os caminhos escuros sem medo do que virá, distanciam-se dos pilares religiosos, escolhem seus ídolos culturais, relutam com a alimentação correta, envergonham se dos pais, quebram regras, enfrentam as doutrinas, tendem a assumir posturas autoritárias em relação aos irmãos mais novos, jogam-se de cabeça nas paixões, aventuras amorosas, descobrem o sexo, vivem um turbilhão de modificações que transformam a vida em uma imensa alegria. Essas mudanças devem ser acompanhadas bem de perto pelos pais, avós, tios, primos e amigos, com os quais esses jovens possuem mais afinidades. É necessário que os conselhos sejam ilustrados na linguagem do adolescente, que sejam rápidos, diretos, verdadeiros e firmes. Perder o respeito do jovem determinará um domínio emotivo dele sobre quem o conduz nos pilares familiares.

Pais com extrema dificuldade devem procurar um pediatra e recorrer a orientações seguras e válidas para a condução da boa relação familiar. Esse profissional estuda o desenvolvimento físico e comportamental do adolescente desde sua formação básica e também na especialização. Os caminhos para um bom mecanismo de integração familiar passam também pelas orientações e acompanhamento de um psicólogo com experiência em adolescente. São os fatores de ajustamento de conduta que desestabilizam as relações entre pais e filhos, elas devem ser encaradas como um período transitório e não uma fase degradante e maléfica.

Nessa fase a ferramenta mais importante é a conversa, o bate-papo aberto, em alguns momentos a inserção no mundo do adolescente, seja no esporte, na cultura, nas descobertas, enfim, uma presença também especial e marcante na vida adolescente do filho. Aceitar é melhor que “bater de frente”, eles reagirão com oposição e por serem mais novos terão estímulos diversos para fazerem oposição aos pais. Nunca é demais lembrar, adolescente se unem a outros iguais a eles, que vivem os mesmos conflitos com seus pais. Todos eles com as mesmas condições hormonais e vivendo as mesmas experiências somente se fortalecerão para serem ainda mais cruéis com os pais.

Agredir verbalmente ou até fisicamente é seguramente a atitude mais equivocada a ser tomada nessa fase. Eles estão soltos na imensidão da juventude, sem horizontes, marcas, destinos, limites, domadores…………….., eles querem adrenalina, vento na cara, alegria na alma. Corrigir é diferente de espancar. Correções sábias e amorosas, marcam positiva e eternamente a alma. Pancadas, palavras indecorosas marcam negativamente o corpo e a alma. Um filho ferido em seu sentimento se tornará um adulto eternamente doente. São dores, gemidos e cicatrizes que o tempo jamais apagará.

Concluíndo o caso de meu paciente. Orientei a mãe e o pai a aceitarem o momento do filho, logo passará. Estejam distante contudo perto, acompanhe cada passo sem obstruí-lo, sejam pais-amigo, conversem abertamente sobre os temas que ele está vivendo hoje, pesquisem sobre as preferências culturais dele, conheça os amigos dele e os familiares também, pode iniciar uma relação amistosas entre as famílias e alegrias eternas, orientem com amor e aguardem a mudança de fase. Essa foi minha receita para aquela senhora senhora e seu filho.
“Os filhos do futuro, estão sendo construídos na realidade do presente.”
                                                                                  Cícero Fabiano
 

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