Política: 2016 já começou – IV: O fator Vera

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       Na série de comentários sobre a influência da atual campanha estadual/presidencial sobre as eleições municipais de 2016, falo hoje sobre o fator Vera. Técnica em Contabilidade, bacharel em Ciências Contábeis e ex-secretária municipal da Fazenda, Vera Lúcia Lemos Campos Botelho entende como poucos de finanças públicas e tem o domínio e a simpatia da máquina municipal. Mas, vítima de perseguição política, foi desviada da função de contadora, na qual ingressou por concurso,  para um obscuro serviço na Secretaria Municipal de Educação, estrategicamente longe dos olhos do público e do eleitor. Só que, diferentemente do pleito passado, quando ficou sem legenda, tem agora o controle do partido Solidariedade (SD). E, quietinha no seu canto,  está com meio olho em 2014, e olho e meio em 2016. É como fogo de borralho, que parece estar apagado por cima, mas continua aceso por baixo.

           Vera foi a diligente secretária municipal que, no governo do ex-prefeito Arquimedes Borges, criou e implantou o Programa de Modernização Administrativa e Gestão de Setores Sociais Básicos. Trocando em miúdos, revolucionou o cálculo do Valor Adicionado Fiscal (VAF), multiplicando as receitas municipais, engordando os cofres da Prefeitura e permitindo a realização de importantes obras e serviços. Discriminada no governo seguinte, foi mandada, numa espécie de “gelo”, para o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente. Só que, naquele órgão, trabalhou com inteligência junto ao Imposto de Renda. Arrebentou: aconteceu ali, por mérito seu, o milagre da multiplicação do FIA (Fundo da Infância e da Adolescência), sem onerar o contribuinte.  Atualmente, preside o Conselho Municipal Antidrogas.

          Por suas qualidades pessoais e profissionais, emergiu no processo político como pré-candidata a prefeita e “novidade” em 2012. Foi aí que a porca torceu o rabo. Equivocadamente, tentou viabilizar o seu projeto ingressando no PT, que, contudo, preferia perder o pleito, desde que disputasse com um petista histórico. Sacando o lance, atendeu aos insistentes apelos do PTB, cuja executiva já decidira (mas não anunciara) lançar a candidatura do médico Bebeto Rabelo, atualmente fora do partido,  utilizando a filiação de Vera apenas para tirá-la do páreo. Agora, o governo municipal reedita a medievalista perseguição contra o servidor, muito recorrente num passado de trevas, como no caso do funcionário público e ex-vereador Edgar Caldas, “promovido” décadas atrás a auxiliar de coveiro simplesmente por ser oposição. Mas Vera busca alternativa, constituindo o SD, com um diretório municipal confiável.

         O governo do prefeito Condé, que acaba de se declarar pré-candidato à reeleição, comete um erro político. Homem que briga com mulher, mais cedo ou mais tarde, faz dela uma vítima. E acaba sempre perdendo: se bate, é tido como covarde; se apanha, é visto pelo populacho como moleirão.  E os perseguidos políticos são como bife e bolo que, quanto mais apanham, mais crescem.  Além disso, a resistência a Vera, na verdade,  tem alvo diferente:  o seu marido, Heitor Campos Botelho. Ele já foi vereador e é membro de um clã que já legou importantes juristas e intelectuais ao Brasil. Ex-presidente da OAB, é um combativo e honrado advogado que, sem denúncia de desvio de um centavo que seja, representou importantes empresas e instituições de Paracatu. Tem a fama de ter estopim curto.  Mas tem, também, dentre outras, uma qualidade moral política que, aqui nem tanto, mas em países sérios, é vista como uma virtude: não rouba e nem deixa roubar…

 

Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira

 

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