“Não se vendem dois passarinhos por uma pequena moeda?
Mas nenhum deles cairá no chão se não for da vontade de vosso Pai.”
[Mt 10.29]
Uma frase da candidata à vice-Presidência da República, Marina Silva, desencadeou uma série de críticas na mídia mas que merece, no mínimo, uma pequena reflexão. Ainda impactada pela morte trágica e prematura de Eduardo Campos, a ex-senadora do PT teria dito a um renomado veículo de comunicação paulista que "foi providência divina, eu, Renata, Miguel e (Rodrigo) Molina, não estarmos naquele avião”, em referência a outros integrantes da comitiva do PSB que costumava viajar no mesmo avião que levava Eduardo Campos.
Esse não é um assunto simples. Muito embora a grande mídia, sempre muito tendenciosa, esconda o posicionamento religioso de Marina, é sabido que a mesma é evangélica e que, portanto, defende bandeiras bem parecidas com aquelas empunhadas por Marco Feliciano, Jair Bolsonaro, Silas Malafaia e tantos outros. Essa informação é relevante no contexto de sua frase a respeito do fato de haver sido poupada de estar naquela fatídico vôo da morte de quarta-feira.
A soberania de Deus é um assunto que assusta muita gente e, como que para “desculpar Deus”, muitos de nós preferimos omiti-lo para não colocar o Senhor YHWH em situação desconfortável, sobretudo, diante do sofrimento alheio. Ocorre que, de fato, toda a Escritura defende a ideia de que nada acontece sob o sol sem que tenha o consentimento de Deus. Ou seja, Ele não só conhece antecipadamente tudo o que vai suceder, mas consente, simplesmente. Até mesmo aquele acidente que vitimou o seu ente querido.
Como e por que isso acontece na economia divina? Eu não sei, nem a Escritura nos explica. Nem sabemos, por exemplo, se o que é melhor é morrer ou continuar vivendo. Isso porque a morte só é um problema para os que ficam, e não para os que se vão. Fato é que Marina está certa, pois nem mesmo um fio de cabelo cai da nossa cabeça sem que o Senhor o consinta.
