“Em qualquer lugar em que ouvirdes o som da trombeta,
dali vos ajuntareis a nós. O nosso Deus lutará por nós.”
[Ne 4.20]
São muitas as lutas que o povo de Deus enfrenta durante a sua caminhada aqui na terra. Foi assim com Neemias, quando deixou a corte do rei Artaxerxes, em Susã, para empreender a maior luta de toda a sua vida: reconstruir Jerusalém, que se encontrava em ruínas. Terminara o exílio babilônico, muitos judeus haviam retornado à sua cidade natal, porém, alguns ainda permaneceram nas cidades para aonde os seus pais haviam sido levados cativos.
Este era o caso, por exemplo, de Esdras e Neemias; de Ester — Hadassa era o seu nome hebreu —, que mais tarde vai ser desposada pelo pai de Artaxerxes, o rei Assuero, e de tantos outros judeus. A vida tem dessas coisas, ainda que vivendo em situação de cativeiro, temos dificuldade de viver em liberdade quando esta vem. A história está repleta de fatos que comprovam essa afirmativa: os judeus, durante a travessia do deserto, tinham saudade de quando eram escravos no Egito; o pecador mesmo quando abraça uma vida nova, sente saudade da vida que antes levava: o alcoólatra, da mesa de bar, o que usava droga, dos seus amigos de infortúnio.
O ser humano não tem forças, por si só, de empreender grandes mudanças em sua vida. Frágeis e limitados, mas ao mesmo tempo arrogantes e egocêntricos, estamos mais preocupados em satisfazer o nosso próprio desejo do que sermos fieis à palavra de Deus.
O crente, consciente de sua limitação, e sabendo que não tem força suficiente para afastar-se por completo de sua antiga vida, somente encontra consolo no Espírito Santo de Deus, enviado à sua igreja para proteger os que crêem das ciladas do Inimigo. Mas para tanto, é imprescindível colocar-nos diante do Eterno conscientes de que pouco podemos fazer, a não ser deixar que Ele lute por nós.
