Fiquei surpreso quando Ritinha (nada a ver com a competente colega Rita Ribeiro!) ligou e disse, exaltada: “Corre aqui pra você ver e colocar aí no Toco do Pecado! Tá tendo “cachorrada” na Câmara”. Saí às pressas, pensando no substantivo feminino que significa grupo de caninos e no sentido figurado que indica ação indigna, reprovável. Pelo caminho fui duvidando dos dois sentidos, eis que o nosso parlamento é composto por homens e mulheres sérios, dignos e compromissados, que lá estão pela vontade livre e soberana da nossa gente. Em lá chegando, o alívio: não era ação indigna, mesmo porque, naquela Egrégia Casa, não tem ninguém capaz disso; e nem havia uma matilha. Contudo, para Ritinha não queimar a língua, revelo, urbi et orbi, e provo, que havia um vira-latas deitado tranquilamente no meio do salão que sedia as grandes decisões políticas de Paracatu. Se havia outros cães antes não foi dito e nem perguntado, inclusive para não revelar a identidade de Ritinha, que, ironicamente e um tanto divertida, sorria à distância…
Do Toco do Pecado – Comentários de Florival Ferreira