A notícia de um sequestro esta semana, colocou em alerta um grupo de pessoas que costumam postar tudo que pensam, tudo que veem, tudo que querem nas redes sociais…
Em Santa Catarina, um menino de 9 anos foi sequestrado e depois de solto em uma ação da Policia Civil que termina com dois suspeitos mortos, veio a surpresa. Um dos sequestradores, Peterson da Silva Machado, de 30 anos, afirmou que planejou o sequestro do garoto, com base em suas postagens no Facebook.
O Sequestrador disse: "No Facebook mostra tudo. Foi coisa de [planejei em] 10 dias, no máximo. Se vocês puxarem lá vão ver como mostra tudo da vida pessoal. Mostra até dentro da casa deles". Ele ainda disse que descobriu a escola do menino e o trabalho do pai pela rede social. Infelizmente as coisas boas que uns fazem, outros aproveitam para fazer o mal.
Eu sempre digo que rede social é espaço público e você tem que pensar se o que você não faria e não falaria na rua, não faça e não fale nas redes sociais, até porque não faz sentido ficar postando, o tempo todo, o que estou fazendo, onde e por quê. E a gente tem de pensar muito no “por que” colocar aquela informação no ar, pois, com a exposição, vem os riscos. E isso dá poder para as pessoas te manipularem inclusive.
A verdade é que, com a internet, o ser humano e principalmente os mais jovens, deram vazão ao seu desejo mais profundo: de se relacionar. No entanto, esse comportamento pode esconder problemas de cunho psicológico, como carência afetiva, desejo de status e de poder. É como se a pessoa pudesse medir o seu grau de importância e autoestima pelo número de seguidores nas redes sociais ou ainda pelo feedback que seus “amigos” virtuais lhe oferecem.
Entendeu? Então a gente simplifica…
Hoje, a tecnologia está dando às pessoas um status que elas não tinham. O fato de ter milhares de seguidores, de possuir o mais novo celular, tablet e etc, está dando a estas pessoas a possibilidade do “ter”. Então, elas acabam se esquecendo de “ser”. E junto com essas questões psicológicas vem os perigos reais, as situações práticas e outros contratempos.
Quer outro exemplo? A superexposição pode arrasar a vida profissional. No início desta ano, li uma notícia de uma enfermeira que foi demitida por causa de uma foto no Vovô Orkut. A enfermeira, de Olinda (PE), postou uma foto onde aparecia numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI), junto com seus colegas num clima de alegria e confraternização. O caso é que o hospital não entendeu dessa forma e a funcionária foi demitida por justa causa, sob a alegação de que as fotos geraram comentários de mau gosto e exposição sem autorização de funcionários e pacientes.
Pois é, e tem mais. Imagine se uma pessoa apresenta um atestado dizendo que não pode trabalhar, mas quando seu chefe vai checar o Facebook dela, na verdade, ela estava no clube, na fazenda ou fazendo algo que mostre que ela não estava doente. Isso já pode ser usado contra ela na justiça, sabia?
A solução? Elementar meu caro Watson, Educação é a solução! Assim como é a solução para praticamente todos os problemas da humanidade, educação!
Muito se fala no Brasil de inclusão digital, mas pouco se fala de educação digital. Se houver apenas a inclusão sem educar, vamos colocar uma arma nas mãos das pessoas que muitas vezes vão usar contra elas mesmas.
