Semanas atrás, numa reunião secreta de estrategistas políticos contrários a ele (muita gente não sabe, mas elas acontecem o tempo inteiro, e não apenas em véspera de campanha), era discutida uma forma de evitar o crescimento eleitoral do ex-prefeito Vasco Praça Filho, do PMDB. É que Vasquinho, que já era forte, parece que, em termos políticos, tomou uma injeção de vitamina e uma tigelada de caldo de mocotó com tutano, principalmente após a sua retumbante vitória na eleição para presidente da Cooperativa Agropecuária de Paracatu.
Em determinado momento, uma das raposas advertiu: há mais um líder em ascensão nas hostes peemedebistas a ser combatido. Seu nome: Oswaldinho da Capoeira.
Oswaldinho tomou assento na Câmara integrando a base de apoio do prefeito Olavo Condé, do PSDB, que, cintura dura e neófito na política, não soube costurar a sua permanência na situação. Campeão de votos nas últimas eleições, Oswaldinho, então, bateu asas rumo à oposição, onde pouco pode realizar na prática, mas, em compensação, não enfrenta o desgaste por apoiar um governo que, na opinião de muitos, não fez tudo aquilo que dele se esperava.
Inteligente e hábil, deixou de ser apenas mais um na multidão de onze vereadores governistas, secretários municipais e vários aspirantes a futuros cargos eletivos que até tentam, mas não conseguem, visibilidade maior num ambiente em que o próprio prefeito poderá (ou não?) vir a ser candidato à reeleição. Paralelamente, desenvolve um trabalho que tem feito dele uma das boas surpresas da atual Câmara Municipal.
Sem apoio da máquina, mas também mais livre e solto, Oswaldinho vem batalhando como desportista, incentivador cultural e vereador atuante. É tão querido e respeitado no meio que muitos dos jovens envolvidos em seus projetos esportivos e sociais cumprimentam o seu líder – acredite! – abraçando e tomando espontaneamente a sua bênção, sem que tenham qualquer laço de parentesco!
Numa época de violência e consumo desenfreado de drogas, de galopante desrespeito aos valores, aos mestres, aos mais velhos e às autoridades, em que pouco se faz isso até mesmo com o pai e a mãe, é de se admirar e para refletir sobre o que isso representa.
Acrescente-se a isso o fato de ser muito querido junto à juventude e à população negra, que são segmentos expressivos no colégio eleitoral de Paracatu. Adicione-se, por fim, seu comportamento cortês e educado, sua simpatia pessoal e a sua atenção no trato com as pessoas, que fazem lembrar o seu saudoso pai, Chico Banha. Tá aí uma mistura que poderá dar samba. Tem potencial. Pra prefeito? Vice? Para uma reeleição segura? Quem viver, verá.
É por isso que a experimentada raposa política chama a atenção. Quem vê longe, e vê antes, como o pessoal daqui do Toco do Pecado, sabe que Oswaldinho é bom, tem sido bom, e não é apenas na capoeira…
Florival Ferreira, do Toco do Pecado!