Vargas, Vasquinho, Condé e o “VV”

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Depois de deixar o poder e se isolar em sua estância em São Borja (RS), numa espécie de exílio auto-imposto, o ex-presidente Getúlio Vargas, “o pai dos pobres”, viu surgir e tomar corpo no Brasil o movimento que desejava seu retorno à Presidência da República. O chamado queremismo – “queremos Getúlio”, diziam as pichações que pululavam em todo o país – pegou fogo quando Vargas, em entrevista exclusiva ao repórter Samuel Wainer, dos Diários Associados (vide o indispensável livro Minha razão de viver), quebrou o longo silêncio e admitiu o seu retorno à política como candidato, processo que culminou com a sua segunda posse na Presidência (janeiro/1.951) e teve como desfecho o seu suicídio (agosto/1.954).

Em Paracatu, está havendo uma espécie de queremismo municipal,   postulando o retorno do ex-prefeito Vasco Praça Filho, o Vasquinho, do PMDB, ao Paço. Ele está sendo chamado de “VV”, sigla que traz um apelo: “Volta, Vasquinho!”. 

A inflá-lo estão setores da sociedade insatisfeitos com o governo do atual prefeito, Olavo Condé, do PSDB; saudosos dos tempos em que Praça conduziu a Prefeitura, com expressiva aprovação popular, conforme atestam as pesquisas da época; e desejosos de uma revanche, agora diretamente entre Condé e Vasquinho. É que os dois se enfrentaram indiretamente no pleito municipal passado, mas com Vasquinho apenas apoiando o seu candidato a prefeito, quando levou  uma sova de Condé. Este, por sua vez, como se os problemas da Prefeitura já não fossem o bastante, se intrometeu na recente  disputa e apoiou um candidato de oposição nas  eleições da Cooperativa Agropecuária-Coopervap, tomando de volta uma sova de Vasquinho.  O “VV”, eis que Condé, se desejar, poderá legalmente tentar a reeleição em 2.016, proporcionaria  uma espécie de tira-teima.

Se o “VV” vai levar ou não a algum lugar é outra história, mas ele parece ser prematuro e prejudicial no momento. É que Vasco Praça Filho mal acabou de assumir a presidência da Coopervap, patrimônio de cerca de dois mil produtores grandes e pequenos e, seguramente, um dos esteios sócio-econômicos de Paracatu.   A Prefeitura também é de importância vital, por motivos óbvios. A extração mineral, sobretudo de ouro, que é tão estratégica agora, é uma verdadeira crônica da morte anunciada, pois, conforme já foi dito, “minério não dá duas safras”.

Se é agora, mais importante ainda será a agropecuária no futuro.  O ideal, assim, é que Prefeitura e Coopervap caminhem na mesma direção desde já, união que fatalmente será prejudicada, caso cresça o previsível e natural clima de confronto entre os seus dois dirigentes. Aliás, se açulado, o “VV” poderá ser prejudicial ao próprio Vasquinho, dentre outros, por dois fatores: ele passará a ser alvo preferencial e ninguém consegue ficar na crista da onda política durante tanto tempo.

Então, para o bem de Paracatu, é importante que Condé, Vasquinho, a Prefeitura e a Coopervap se entendam. Mas chegou aqui ao Toco do Pecado a informação de que tem gente, dos dois lados, doida para ver o pegaprácapar…

Florival Ferreira, do Toco do Pecado!

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