Relatório afirma que não há contaminação por arsênio em Paracatu

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Aconteceu nesta terça-feira, 18/03 no plenário da Câmara de Paracatu, uma audiência pública para apresentação do Relatório final da avaliação da contaminação ambiental por arsênio e estudo epidemiológico da exposição ambiental associada em população humana de Paracatu.

O estudo foi encomendado pela Prefeitura de Paracatu para por fim a uma polêmica que tem sido recorrente em Paracatu, sobre a contaminação da população e o alto índice de casos de Câncer na cidade.

No início da audiência, o pesquisador Eduardo Mello de Capitani, da Faculdade de Ciênicas Médicas da UNICAMP, que apresentou as premissas do estudo ora apresentado e as possibilidades de contaminação, seja por exposição ou por ingestão.

Capitani explicou que durante a execução do Plano de ação, foram feitas coletas de água em vários bairros na cidade, captação da COPASA no Rio Santa Izabel, coleta em água de superfície, filtros de atmosfera, entre outros, e que para o estudo dos riscos de inalação usados os filtros dos amostradores instalados em vários pontos da cidade.

Com relação à possibilidade da contaminação por água, a Pesquisadora do CETEM (Centro de Tecnologia Mineiral), Dra. Zuleica Castilhos, afirmou que o valor permitido pela OMS é 10 micrograma de arsênio por litro de água e que todas as análises feitas em Paracatu apresentaram números muito abaixo do máximo permitido.

-“O ponto mais alto encontrado em Paracatu é 1,68 micrograma por litro e na média não se tem nenhuma possibilidade de se ter água acima de 1. 96% dos teores de Arsênio encontrados na água de consumo humano em Paracatu são menores que 0,5 micrograma por litro.”  Afirmou Zuleica Castilhos.

O estudo aponta que, nas atuais condições, a população não está exposta a teores de arsênio via consumo de água de abastecimento que representem risco à saúde humana. -“As águas usadas na irrigação no Ribeirão Entre Ribeiros tem teor maior de arsênio do que a água consumida pela população de Paracatu.” Disse Zuleica. 

Com relação à contaminação por inalação (pelo ar)  foi medida inclusive a velocidade média dos ventos em Paracatu que é muito baixa e a direção predominante dos ventos é norte nordeste, o que prejudica apenas 3 pontos mais próximos da mina.

Existem 8 amostradores instalados em diversos pontos da cidade  e os únicos que estão na direção do vento e apresentaram um teor maior que os demais de arsênio são as estações do Alto da Colina, do Arena e União (bairro bela Vista). Considerando os valores referenciais, o relatório afirma que risco é quase nulo. 

-"A probabilidade de incidência de casos de câncer por inalação de arsênio é em torno de 1 caso de câncer para cada 100.000 pessoas expostas o que caracteriza uma doença de baixíssima probabilidade em Paracatu. Não há risco de contaminação de arsênio por meio de inalação.” Afirmou a Dra Zuleica.

Amoreiras, Bela Vista II, Alto da Colina e os casos de câncer

Os Resultados indicam baixa exposição ambiental da população ao arsênio, sendo maior e exposição para os moradores dos bairros Alto da Colina, Bela Vista 2, Amoreiras e proximidades da mineração.

Segundo Zuleica, os resultados mostram tendências maiores de teores de arsênio na atmosfera próximo à área de mineração, mas, “as taxas de mortalidade por câncer estão abaixo do que aquele observado em outras áreas do Brasil e outras cidades de Minas Gerais.” Esclareceu .

Recomendações do estudo.

O relatório trouxe uma série de recomendações ao município e a população, dentre elas, que se desenvolva um sistema de monitoramento permanente não só pelo arsênio e que a  Secretaria de Saúde e Meio Ambiente devem ser emponderadas para desenvolver este trabalho.

O relatório também sugeriu que a Secretaria Municipal de Saúde tenha acesso aos dados do monitoramento periódico da empresa, bem como a melhoria dos equipamentos amostradores , com a instalação de novos equipamentos também a área de mineração de chumbo e zinco.

Perguntas da Comunidade

O Vereador Rosival Araújo (PT), questionou os autores do estudo sobre a ausência de funcionários da Mineradora que estão segundo ele “mais expostos” aos riscos de saúde.

Dra Zuleica afirmou que o convite foi feito, mas que por opção eles não apareceram. “-Convidamos os trabalhadores mas não houve atendimento ao chamado e por isso eles não participaram da pesquisa.”  Respondeu.

Foto: Mirian Célia

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