Jovens desaparecidos em Luziânia podem estar em Paracatu

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A Polícia Civil descartou as hipóteses de tráfico de órgãos, ritual de magia negra e extermínio para explicar o desaparecimento misterioso de seis jovens em Luziânia — cidade goiana localizada a 180 km de Paracatu

Com isso, ganha força a linha policial de que eles teriam sido levados por uma organização especializada em rapto de adolescentes para utilizá-los em trabalho escravo. O depoimento de duas testemunhas reforça a aposta dos investigadores do município. “O adolescente que apareceu no domingo acabou confessando que estava trabalhando numa fazenda de um desconhecido aqui de Luziânia e ganhava R$ 15 para cada dia de trabalho”, afirmou o delegado Rosivaldo Linhares, do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops).

O menor citado tem 15 anos e sumiu no sábado último, por volta das 14h, do Parque Estrela Dalva 8. O delegado informa que irá convocar o dono da fazenda onde o adolescente diz ter trabalhado. “Vamos checar se isso é verdade. A linha de trabalho escravo é a principal, mas não é única”, disse Linhares.

A polícia usará as informações dele para fazer os retratos falados da dupla de suspeitos. O trabalho está em fase de conclusão no Instituto de Identificação da Polícia Civil do DF. “Eles devem entregar amanhã (hoje) para a gente divulgar para a imprensa”, afirmou Linhares. “Recebemos também uma informação de que os cinco estariam em Paracatu (MG). Vamos checar”, acrescentou.

Apesar de o delegado afirmar que não há motivo para pânico, a população do Parque Estrela Dalva está com medo desde quando foram noticiados o desaparecimento de Diego, Paulo Victor Vieira de Azevedo Lima, 16, George Rabelo dos Santos, 17, Divino Luiz da Silva, 16, Flávio Augusto dos Santos, 14, além de Márcio Luiz de Souza Lopes, 19, que sumiu na sexta-feira passada. Moradores do Parque Estrela Dalva 4, onde a família deste último mora, ameaçavam na noite de domingo atear pedra em todo o veículo desconhecido que passasse pelo local.

Angústia
Sem notícias dos filhos, os pais dos adolescentes desaparecidos acompanham informações pela TV. Católica, a mãe de Paulo Victor, a dona de casa Sônia Vieira Azevedo Lima, 45 anos, recorreu ao padre da Igreja Nossa Senhora Aparecida para pedir proteção ao filho. “Todas as missas são em intenção a ele e aos demais”, disse o pároco Guilherme Alves Moreira. Familiares das vítimas vão a Goiânia hoje. Além de protestar, às 14h, ele terão uma audiência com o secretário de Segurança, Ernesto Roller. O GDF promete divulgar fotos dos desaparecidos em contas de luz e água da capital federal. A Delegacia de Repressão a Sequestros do DF também ofereceu apoio nas investigações.

Mais apoio
Os casos de desaparecimentos em Luziânia chegaram à Câmara dos Deputados. No fim da manhã de hoje, o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, deputado Pedro Wilson (PT-GO), vai ao município para se encontrar com o vice-prefeito, Eliseu de Araújo Melo, e com o delegado Rosivaldo Linhares. O parlamentar se reunirá com familiares dos garotos desaparecidos para lhes oferecer o apoio da comissão, especialmente no campo jurídico.

DENUNCIE
Quem tiver informação que possa ajudar a polícia de Luziânia pode entrar em contato com o Ciops pelo telefone 3620-2416.

» Para saber mais
Cadastro nacional

Procurar pessoas desaparecidas em todo o país pode se tornar mais fácil com a Lei nº 12.127/09, que entrou em vigor no dia 18 de dezembro último. Ela tem como objetivo principal criar um banco de dados com informações sobre crianças e adolescentes que são procurados pelos seus familiares. Os dados pessoais servem para integrar e facilitar o acesso às informações em todo o país e tornar mais ágil o trabalho policial de busca e localização. O cadastro terá informações sobre características físicas e dados de crianças e adolescentes sumidos que tenham sido registrados em órgão de segurança pública federal ou estadual. Os custos relativos ao desenvolvimento, à instalação e à manutenção da base de dados são arcados pelo Fundo Nacional de Segurança Pública.
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