À espera das tulipas

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Desde criança, as flores sempre em encantaram, particularmente, as orquídeas. Ultimamente, o meu olhar está atento às tulipas. Já as conhecia por fotos e em algumas floriculturas, mas nunca havia cultivado por ser Paracatu uma cidade de clima quente, não propício para essa delicada planta.
Na América do Norte são comuns e as vi em muitos lugares, enfeitando a vida das famílias. Daí, então, pude me ater a elas. No ano passado, plantei alguns bulbos no jardim de casa.  Após um longo inverno, com neve constante e temperaturas negativas, pensei que não obtivesse sucesso nessa novíssima empreitada.
Qual não foi a minha surpresa nesse ano. Assim que as primeiras e suaves chuvas caíram e a temperatura subiu alguns graus – anunciando a chegada da primavera – as folhas das tulipas brotaram daqueles bulbos plantados no outono passado. Dias depois, as flores começaram a apontar, uma após a outra, numa sincronia indescritível.
Da cor de sangue, elas desabrocharam, lindas e ao mesmo tempo. Este momento, do desabrochar das tulipas, mostrando toda força e beleza, me fez refletir sobre as “estações” que estão presentes em nossa vida.
Temos uma íntima relação com o ritmo da natureza, ela é sempre inspiradora e ensina muito. O aprendizado é possível pela observação, pelo olhar mais curioso e pelo silêncio. Muitas vezes, Deus, a vida ou o Universo (como queira chamar essa força maior que nos rege) nos leva à necessidade de experimentar a reflexão e a paciência.  Há momentos em que é preciso se recolher, aguardar que o inverno passe, preservar a energia vital e somente depois fazer as escolhas. Optar pelo “sim” ou pelo “não”, pelo “aguardar”, recuar ou prosseguir.
Qualquer que seja a decisão, a certeza é de que a primavera chegará e trará consigo o renovo do ciclo e novas possibilidades, outros caminhos e, inclusive, a chance de mudar de opinião, deixando de lado velhas convicções que limitam viver plenamente.
Apesar da dor, dos medos, da dúvida ou dos traumas, tão comuns ao ser humano, o sol brilhará novamente para todos, a vida continuará, renovando a esperança de dias melhores e proporcionando o renascer e o recomeçar, assim como o das tulipas.
 

·        Nágela Caldas é jornalista, natural de Paracatu e membro da Academia de Letras do Noroeste de Minas. Atualmente mora em Reno, Nevada, nos Estados Unidos.

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