Ah, saudade!

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Passei quatro anos pensando e planejando minha vida fora de Paracatu, longe dos meus pais, familiares e amigos que sempre estiveram comigo. A ansiedade por uma vida nova em uma cidade grande (muito grande comparada a Paracatu) tomava conta de mim. A coisa mais difícil foi me despedir das pessoas, das coisas, dos lugares e mais fácil do que eu imaginava, foi me adaptar.

É tão bom estar vivendo algo novo, podendo conhecer pessoas diferentes (de todas as maneiras mais inimagináveis), lugares que e situações as quais nunca imaginei passar, mas a saudade… Ah, a saudade, daquele “silêncio’’ pela manhã, sem barulho de música alta de boate, sem barulho de carro, ônibus, saudade do aconchego de casa, do sofá, da cozinha, do abraço dos pais, das brigas com os irmãos, saudade das ruas curtas, e poucas lojas dessa cidade que já não é tão interior assim, saudade de andar pouco ou gastar pouco tempo pra chegar em casa,  saudade, saudade, ah saudade… só não sinto falta do calor insuportável, rs. 

Com uma vida nova, vem também novas responsabilidades, pagar contas de casa, fazer compras de supermercado, estou aprendendo na marra, a ter mais paciência, respirar fundo e não chorar por ter que entrar em um ônibus lotado, pagar "caro" pra ficar em pé durante 35 minutos por dia, estou me acostumando com o fato de ter que ficar atenta a todo momento e não sair desfilando com bolsa aberta pelas ruas (fiz isso várias vezes), estou me acostumando a não ter aquele almoço gostoso de domingo, comida na mesa, todo mundo reunido, mas na verdade é tudo uma questão de adaptação, e eu até que estou me saindo bem. Ás vezes eu olho pra uma situação que consegui ou estou conseguindo resolver sozinha e penso: "meus pais ficariam orgulhos se me vissem". 

Vivo situações engraçadas a todo momento, conheço e converso com pessoas em todos os lugares de todas as maneiras, e é essa uma das melhores partes de viver em outro lugar, ninguém me conhece, não preciso dizer meu nome, só preciso conversar, posso ser quem eu quiser, ninguém vai se importar, é tão bom viver assim, SER o que eu quero, quando eu quero e porque eu quero, sem preocupações, medos ou preconceitos. 

Gostaria voltar e levar um pouco daqui e trazer um pouco mais daí. “Não importa onde esteja, o que importa é que esteja feliz” foi isso que alguém me disse uma vez, e é nisso que vivo acreditando, se estou feliz, é aqui que devo estar. 

Por: Rani Salomé
Twitter: @ranisalome

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