O evento reuniu o Conselho Municipal da Mulher, coordenadores do Projeto na Escola Estadual Júlia Camargo e alunos na Igreja ICEA do Paracatuzinho. O Projeto é enviado a todas as Escolas do Estado de Minas Gerais, mas em Paracatu apenas o Júlia Camargo tem desenvolvido o projeto, que teve início nos meses de junho e julho.
"No início do ano houve uma agressão na Escola, em que um aluno deu um tapa no rosto de uma aluna, ambos da mesma sala, com 14 anos de idade, a menina me procurou indignada com o que havia acontecido, foi quando o chamei para conversar e perguntei se ele conhecia a Lei Maria da Penha, ele disse que sim, mas não soube me explicar, então chamei a família de ambos os alunos e depois da conversar dei um trabalho para o garoto fazer, era uma pesquisa sobre a Lei, deu tudo certo ele me apresentou o trabalho e nunca mais tive problemas com ele" – disse Dione Costa Adjuto, Direto do Colégio.
Segundo a Diretora, quando a Superintendência de Ensino enviou o projeto, ela se viu na necessidade de colocá-lo em prática, visto que a Escola está situada em um bairro carente com alto índice de violência. Desde então os alunos tem desenvolvido trabalhos, poemas, peças teatrais, e visto palestras sobre o tema. A Escola que abriga alunos de 6 á 15 anos de idade, aborda o projeto em todas as séries.
Durante o evento foi apresentado aos alunos a Mascote do Projeto, a Loba Guará, escolhida durante uma pesquisa feita por alunos de outra Escola Estadual de Paracatu, que descobriram que no reino animal o Lobo Guará é super protetor, e sempre cuida dos filhotes e da fêmea. "Se a Loba Guará tem um companheiro tão forte e cuidadoso, merece ser parabenizada e tornar-se nossa mascote" -disse Ana Amélia, integrante do Conselho da Mulher.
Foram 11 mil alunos em Minas que receberam uma cartilha falando sobre o Projeto e em Paracatu apenas o Júlia Camargo e o Afonso Roquete receberam.
"Esse Projeto valoriza a mulher,ajuda a divulgar o sofrimento de algumas mulheres" – disse Alessandra Silva, aluna do 8° ano da Escola Julia Camargo.
"Tenho uma vizinha que sempre apanha do marido, uma vez chamaram a polícia que foi lá e prendeu ele, mas no outro dia ele já estava solto, ela também nunca denunciou, acho que tem medo" – ainda nos contou.
A Lei Maria da Penha tem como objetivo proteger a mulher e também as crianças que sofrem agressões em casa.
"As pessoas são diferentes, mas os direitos são iguais" -finalizou Elisângela Mesquita, Diretora do Conselho Municipal das Mulheres.
Texto e fotos: Raniele Salomé
