No dia 20 de novembro comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, em homenagem à morte de Zumbi,líder do Quilombo dos Palmares. O dia da consciência negra é uma formade lembrar o sofrimento dos negros ao longo da história, desde a época da colonização do Brasil, tentando garantir seus direitos sociais.
Em Paracatu a Cultura negra é marcada pelo Folclore e ainda por dois séculos de história que refletem a cultura barroca em casarios, igrejas, sobrados, becos e ruas. Há umagrande expressividade da cultura negra em Paracatu, através das Comunidades Quilombolas existentes em dias atuais, e construções de Igrejas como Matriz e Rosário. A Igreja do Rosário dói construída em 1744, era a Igreja dos negros, a Igreja Matriz que também foi construída por negros, era a Igreja dos brancos, onde só os Senhores de Fazenda e suas famílias frequentavam.
A Comunidade Quilombola mais conhecida de Paracatu é a São Domingos, onde moram mais de 400 pessoas. Manter essas comunidades é uma forma de preservar a cultura negra na cidade. A comunidade São Domingos é bem organizada e conta com Associação de Moradores, luz elétrica e coleta de lixo pela Prefeitura Municipal, a água é proveniente dos riachos próximos.
Uma das principais características culturais de Paracatu são as danças de tradições folclóricas e religiosas, como a Caretagem e Tapuiada que são danças típicas da cultura negra no Brasil e em Paracatu, são festas que acontecem todos os anos.
A Caretagem tem quatro grupos em Paracatu, sendo dois nas Comunidades São Domingos e São Sebastião e outras duas nos bairros Paracatuzinho e Alto do Açude, a festa acontece nos dia 23 e 24 de junho e é praticada por negros.
A Tapuiada é uma dança de origem afro-indígena que homenageia Nossa Senhora do Amparo (padroeira dos pardos livres). É rica em passos e conta a história de congos negros e dos tapuios (índios) que habitavam Paracatu.
A cultura negra está presente em Paracatu por todos os lados, são as construções, as danças, e até as pessoas. O Dia da Consciência Negra em Paracatu deve ser comemorada e reafirmada, pois aqui já foi uma cidade de escravos, onde seres humanos foram humilhados e escravizados, comemorar o Dia da Consciência Negra é comemorar a liberdade de um povo que nasceu para ser livre, de um povo que faz parte dos dois séculos de história paracatuense.
Texto: Raniele Salomé
