"Quando vocês me chamarem,
quando orarem a mim,
eu ouvirei."
(Jr 29.12)
Muitas vezes chamamos e ninguém escuta, pedimos e não somos atendidos, de modo que, tomando como base as relações humanas, sobretudo quando esse relacionamento diz respeito às esferas de poder, a impressão que temos é a de que o outro é surdo aos nossos apelos. A justiça parece não funcionar em favor do pobre, favorecendo sempre os poderosos; quem é rico fica cada vez mais rico, enquanto o pobre vai, às duras penas, sobrevivendo.
Não é à toa que, via de regra, transferimos esse mesmo padrão de comportamento para a nossa relação com Deus. Somos levados, muitas vezes, a pensar que ele não nos escuta, nem muito menos atende aos nossos pedidos. Muitas vezes oramos, mas ficamos sem respostas evidentes. Apenas o silêncio de Deus parece calar fundo em nossa alma. É assim mesmo que acontece?
Os próprios seguidores do Cristo parece que tiveram dúvida em relação a isso, então Jesus contou uma história para mostrar que é necessário orar sempre, sem desistir: "Havia um juiz em determinada cidade que não se importava com Deus nem com as pessoas; mas uma viúva estava sempre atrás dele, pedindo: 'Meus direitos estão sendo violados. Faça alguma coisa'.
"Ele nunca dava atenção à mulher, mas, como ela não desistia, ele disse a si mesmo: 'Não me importo com Deus, e menos ainda com as pessoas. Mas essa viúva não vai me dar sossego. Melhor eu tomar providências para que ela receba justiça. Do contrário, vou acabar maluco com essa insistência'."
Então o Senhor disse: "Vocês ouviram o que disse aquele juiz, apesar de ser tão mau. Por que pensar, então, que Deus não fará justiça ao seu povo escolhido, que sempre clama por justiça? Acham que ele não vai ajudá-los? Garanto a vocês que vai, e sem demora. Mas a pergunta é: quanto dessa fé persistente o Filho do Homem vai encontrar na terra quando voltar?" (Lc 18.1-8)
