"É melhor comer pão amanhecido num ambiente de amor
que uma picanha de primeira onde só há ódio."
(Pv 15.17)
Muita gente anda afligida porque não pode responder aos apelos da sociedade de consumo. Essas pessoas, fortemente influenciadas pelos meios de comunicação de massa, sofrem horrores porque não podem consumir tudo o que lhes são oferecidos. Isso ocorre em função de atrelarmos a felicidade às coisas materiais. Assim, desprezamos o que de mais precioso temos ao nosso alcance — os relacionamentos de amizade, de fraternidade e de amor —, e nos perdemos nessas frivolidades consumistas.
Para o Cristianismo autêntico, nada é mais importante do que o amor. Aliás, o apóstolo João definirá Deus apenas como Amor (1Jo 4.8), nada mais do que amor. Não se perde em lucubrações teológicas, nem recorre à Lei mosaica, mas anuncia uma nova visão de Abba, aprendida e apreendida do próprio Jesus Cristo, o Messias esperado, o Filho do Deus vivo, com quem tivera uma convivência duradoura e profunda.
Infelizmente, nem sempre conseguimos enxergar o essencial. Aliás, diz Saint Exupery, coberto de razão, que "o essencial é invisível aos olhos". Lamentamos aquilo que não temos e nos esquecemos de agradecer por tudo o que o Senhor nos concedeu; murmuramos porque falta picanha em nossa mesa e nos esquecemos de agradecer pelo feijão, o arroz e a carne moída que nos mantém vivos e vivificados. Invejamos o luxo do nosso próximo e relegamos a segundo plano a relação de amor que envolve a nossa casa.
Do que adianta ter o mundo aos nossos pés se não temos amor? Vale a pena ter a mesa farta e o coração vazio, tendo de comer sozinho por que ninguém quer lhe fazer companhia? Meu caro e minha cara, já é hora de deixarmos de lado as frivolidades, os desejos desmedidos e nos voltarmos apenas para o essencial: o amor a Deus e ao nosso próximo, porque nisto se resume a Lei e os Profetas.
