"Dirigiram-se, pois, a ele, perguntando: Que faremos para realizar as obras de Deus? Respondeu-lhes Jesus: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado."(Jo 6.28-29) O contexto geral do qual retirei estes dois versículos é bastante conhecido: um dia depois de haver multiplicado pães e peixes (Jo 6.1-15), Jesus estava em Cafarnaum quando parte daquele grupo que havia presenciado o milagre o encontrou.
Jesus não era homem de meias palavras e, conhecendo profundamente o coração humano, sabia muito bem o que levara aquela multidão ao seu encontro: todos queriam comer e beber de graça, às custas dele e dos seus. Por isso disse: eu sei porque vocês estão atrás de mim, na verdade vocês não andam à procura dos sinais que eu fiz, mas simplesmente porque encheram a barriga com os pães e os peixes que lhes dei ontem!
Que palavras duras! Foi por essa e por outras que o Cristo morreu sozinho, pendurado num madeiro e abandonado pelos seus. Ele não fazia média, não adaptava o seu discurso ao gosto do cliente, não dizia meias verdades para não perder seguidores. Ao final deste capítulo, ele chega a perguntar aos seus discípulos: e vocês, não querem ir embora, não? Porque, se quiserem a porta da rua é a serventia da casa. E, conta o mesmo texto, muitos o abandonaram naquela mesma hora!
Infelizmente, muitas igrejas estão abarrotadas de pessoas que para lá se dirigem somente à procura de milagres; porque querem que Jesus resolva seus problemas pessoais, cure as suas doenças, faça-os prosperar, como se os bens materiais e as riquezas já fossem o próprio Céu aqui na Terra.
A nossa fé em Deus e em seu Filho Jesus Cristo não pode ficar presa a essas questões. Muito mais urgente do que preocupar-nos com o nosso bem-estar no mundo, é adorar a Deus em espírito e verdade, e aceitando a Jesus Cristo como nosso único mediador e salvador. Nisto deve consistir a nossa fé e prática.
