Imprensa, a ouvidoria do povo!

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O cidadão contribuinte – e perdoem-me aqui pela redundância, pois todos o somos pagadores de tributos! – descobriu que no mínimo os responsáveis em zelar pelo bem estar da comunidade estão blindados pela burocracia e que a imprensa tornou-se uma espécie de ouvidoria eficaz, porque se de um lado a denúncia gera conteúdo que chama a atenção, por outro, expõe à opinião pública, sem reservas e com isenção, o descaso com problemas espalhados pela cidade.

Razoável é afirmar que administrar uma cidade com as proporções de Paracatu, com cerca de 85.000 habitantes não é tarefa simples, principalmente em se tratando de lugar onde a economia gira em torno de atividades que, como se sabe, trazem grandes impactos ambientais, como a mineração e a agropecuária. Concomitante, o alcaide tem importante papel na preservação do patrimônio histórico que resiste, ainda que com diversas perdas a sua originalidade, ao longo de mais de 200 anos de história, fora os tempos de Arraial.

A vereança por sua vez, além de legislar, fiscaliza, e cuja eficácia maior seria se houvesse ampla e freqüente mobilização social junto aos edis em prol das necessidades da população. Citadas as primeiras instâncias a quem um cidadão normalmente pode entregar suas petições, antecipar-se à resolução dos problemas e buscar a implementação de melhorias nas diversas áreas que atendem aos munícipes, é sem dúvida sinônimo de uma gestão eficaz e mais participativa.

Sem a intenção de induzir o amigo leitor a comparar Paracatu com grandes cidades brasileiras, mas com o propósito de levá-lo a refletir sobre o modelo de gestão adotado por estas, vale mencionar as administrações regionais implantadas desde 1986 na capital baiana, Salvador, que nos bairros funcionam como “subprefeituras” e servem não só como órgãos responsáveis pela manutenção dos serviços ali realizados, mas como espaços aos quais a população pode exercer a sua cidadania de forma mais acessível e rápida.

Embora a municipalidade local mantenha um serviço de protocolo que funcione em horário regular e que receba as reclamações do público e destine-as às Secretarias que irão tentar atendê-las, nota-se que a comunidade tem cada vez mais preferido fazê-lo por meio dos veículos de comunicação, haja vista o poder desses meios em dar rápida visibilidade àquilo que a aflige bem como, de certa forma, a instigar a opinião popular sobre o desempenho do gestor frente aos problemas.

A atuação da mídia enquanto veiculadora das reivindicações populares é sobremaneira salutar e louvável, e reflete assim o exercício da cidadania e a transparência do destino dado ou não aos recursos provenientes do bolso do contribuinte. Entretanto, o poder público deve antecipar-se à exposição dos fatos, estimular em seu staff o planejamento estratégico com foco no bem estar social, criar mecanismos e ferramentas para um atendimento no mínimo satisfatório, com o diagnóstico da situação de cada bairro, com prazos, medidas concretas,  e de modo a criar pelo menos a sensação de que o cidadão é prioridade nas ações de governo.

(*) Carlos Lima é graduado em Arquivologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), é Pós-Graduado em Oracle, Java e Gerência de Projetos, é consultor em organização de arquivos e memória empresarial e exerce o cargo de Coordenador do Arquivo Público Municipal de Paracatu

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