Há alguns dias um jovem abordou-me com a seguinte questão: “uma vez que a palavra quaresma significa ‘quarenta’, porque a soma dos dias, desde a quarta-feira de cinzas até o domingo da ressurreição é mais que este número”? Na verdade, a matemática para esta questão é simples.
O resultado é alcançado quando se subtrai os dias que compõem o chamado tríduo pascal e que rigorosamente não fazem parte da quaresma, pois possuem uma espiritualidade própria. Estes dias são: a quinta-feira, a sexta-feira, o sábado e o domingo de páscoa. Cada um dos dias que compõem o tríduo possui sua espiritualidade e, consequentemente, sua mensagem própria. A quinta-feira se celebra a instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e se faz memória do lava-pés que ocorreu na ultima ceia realizada por Jesus e seus discípulos. Já a sexta-feira é a memória do julgamento, da condenação, do caminho do calvário, da crucificação e morte de Jesus na cruz, quando se faz a leitura da paixão e não se celebra a Eucaristia.
O dia do sábado, por sua vez, é marcado pela vigilância dos fiéis, na expectativa da ressurreição do Senhor, a noite é, por outro lado, o grande momento da proclamação da ressurreição e a renovação da certeza definitiva de que, em Jesus, a vida vence a morte. Por fim, é na manhã do domingo de páscoa que se celebra o ápice e a certeza da ressurreição do Senhor, como fruto de tudo o processo preparatório vivido no tempo quaresmal.
É uma tradição muito antiga na Igreja fazer da quaresma um momento propício de preparação dos chamados catecúmenos para o batismo. Toda a mensagem litúrgica deste tempo é voltada para a reflexão batismal, além de a celebração da vigília pascal ser toda voltada para o sentido do batismo, pensando nisto, vale destacarmos a Pastoral do Batismo e fazermos a nossa reflexão pessoal sobre o sentido do nosso batismo para percebermos a necessidade de vivê-lo intensamente.
Desejamos a todos uma boa semana santa e uma feliz páscoa. Que Jesus ressuscitado seja fonte de esperança e lhes proporcione a paz.
